Lá pelo ano de 1947, a família de José Augusti, constituída de José, Maria José, Norival e Neusa, foi incentivada por seus sogros João e Cezira Pieretti Marconi a mudar de Rio das Pedras para Piracicaba. Rio das Pedras era uma cidade pequena e com poucas oportunidades de trabalho principalmente para o José (Zezo) que era alfaiate, com experiência de trabalho em São Paulo.
José viria a trabalhar junto com o sogro João Marconi, pois não gostava de ser alfaiate. A família mudou-se para o final da rua Silva Jardim, atrás do Hospital da Santa Casa de Piracicaba, esquina da Av. Independência, num terreno de mais ou menos 2.000 metros quadrados, com uma casa na frente.
João Marconi, tropeiro que comercializava animais que trazia do Rio Grande do Sul, comprou essa casa na Rua Silva Jardim,1518. Ele viajava junto com o Antonio Pretel, que com o lucro dessa mesma viagem e venda dos animais riograndenses comprou parte duma área 6.500 alqueires(alq=2,42 ha.)em Itapéva, S.P., e com a venda de 1500 alqueires pagou a área, ficando com 5.000 alqueires ou 12.000 hectares.
Após a compra do terreno na R. Silva Jardim, o João Marconi comercializava louças, alumínios e presentes na zona rural de Piracicaba, com carrinho tracionado a cavalo. Com a vinda do José Augusti, o sogro João Marconi comprou uma charrete - que era o meio de transporte mais acessível á população - e passou a fazer carretos na cidade.
Com essa charrete o João "Marcão" transportava professoras de suas casas para as escola, duas delas para o Grupo Escolar Barão do Rio Branco, em plena Governador Pedro de Toledo, no final dos anos quarenta. Dois anos depois adquiriu mais uma charrete para atender a demanda das "meninas" da Rua Silva Jardim, Cano Frio.
O ponto inicial das charretes era ao lado do bebedouro de animais da Sorocabana, onde existia um "ponto" para as charretes e carrinhos e anos depois foi para o "ponto" ao lado do mercado municipal onde também tinha um bebedouro para animais cavalares. Então o João Marconi, já tinha mais uma charrete, com um empregado, e já fazia ponto no começo da Rua Silva Jardim, onde ali existia um lupanário, conhecido como "Cano Frio" em alusão a existência duma fonte d' água muito fria, no começo da mesma rua, embaixo dum bambuzal.
Enquanto isso o José com o carrinho adquirido do João Marconi, e tracionado pela égua "minerva", continuou as vendas nos sítios e bairros de Piracicaba, como Recreio, Campestre, Monjolinho,Santa Olimpia, Pau d' alhinho, etc.
E nas quartas feiras vendia queijos, as quartas feiras, comércio herdado do João Marconi. Os queijos vinham de Minas Gerais, da região de Poços de Caldas, entregues e vendidos pelos Irmãos Poreca para os bares e restaurantes de Piracicaba que continuou até o início dos anos oitenta.
Após os anos oitenta/noventa os Porecas montaram uma banca no Mercado Miunicipal e continuaram a vender laticínios. Houve uma mudança na comercialização desses produtos em Piracicaba. Exigência dos novos tempos.