sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Flâmula da turma F65 da ESALQ

Esta flâmula era utilizada pela Comissão de Formatura da turma F 65 em atividades(bailes, festas da cerveja, etc) para a arredação de fundos para as festividades de formatura e viagem.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Estátua Deusa Ceres

Foto 1: Paulo Soares, Deusa Ceres, , s/d
Foto 2: Paulo Soares, Deusa Ceres , s/d
Estátua doada pelo Banco Brasileiro de Descontos S. A. Pedro Bueno Rodrigues, o vencedor do Concurso de Produtividade de Milho de Taquarituba, SP.  Ele venceu por três anos consecutivos esse concurso: 1967, 1968, 1969.
Atualmente, ela se encontra na sala do Diretor da ESALQ: Antonio Roque Dechen. Foi doada pelo produtor Pedro Bueno Rodrigues.
Autor da escultura: desconhecido.

Encerramento do curso de lideranças rurais realizado no estágio na Cooperativa Agrícola de Cotia - 1963

Tutomo Honda, Accorsi, 4 funcionários da FECAESP, Verino Ramos Cruz, Mitsuhico Tsuhaco e José Norival Augusti.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO


A participação de estudantes universitários de agronomia em estágios é velha!
No início da década de 1960 o acadêmico Roberto Cano de Arruda[1], presidente do Centro Acadêmico Luiz de Queiroz[2], convocou os universitários residentes piracicabanos e os com residências em municípios vizinhos para participar de estágio de férias no Ministério da Agricultura, comandado naquela época pelo engenheiro agrônomo esalqueano Renato Costa Lima[3].
A criação de estágios atendia aos reclamos dos estudantes de agronomia por uma formação prática e participativa em fazendas e órgãos de pesquisa.O Ministério da Agricultura organizou os estágios de férias em diversos estados da federação e em estados diferentes da escola de origem dos estudantes.
Os estágios foram realizados em vários estados da federação brasileira do Rio Grande do Sul ao Amazonas (do Oiapoque ao Chuí), do Rio Grande do Norte ao Pará nos diversos órgãos do Ministério da Agricultura, ou seja, nos escritórios e fazendas do Departamento de Produção Vegetal. A ordem para os funcionários era para mostrar aos estagiários as fazendas, os órgãos de fomento e de experimentação do governo.
Uma equipe de cinco estudantes da ESALQ, três da Escola Nacional de Agronomia, dois da Escola de Agronomia do Rio Grande do Norte e um da Escola Nacional de Agronomia do Rio foi designada para estagiar no Departamento de Produção Vegetal[4] no Rio Grande do Sul.
As passagens aéreas foram pagas pelo Ministério da Agricultura e cada estudante estagiário teve uma ajuda de custo de Cr$50,00[5] por mês para as despesas equivalentes.
Após uma viagem de três horas chegamos – eu fazia parte da equipe - a Porto Alegre e fomos recebidos pelo agrônomo chefe do DFA. Depois conhecemos as instalações do Departamento e fomos instalados na Casa do estudante da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Em Porto Alegre nós os estagiários conhecemos a Sanrig (Sociedade Anônima Riograndense), que na época produzia a única margarina e óleo de soja sem cheiro e sem gosto de “ peixe”, diferente de outras marcas existentes no mercado de São Paulo.
Após esta visita fomos conhecer a primeira experiência de reforma agrária do Rio Grande do Sul instituída pelo Instituto de Reforma Agrário do Rio Grande do Sul (na época era governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizolla): o Núcleo de Reforma Agrária do Banhado do Colégio, onde conhecemos os primeiros “colonos” e suas casas e um dos armazéns comunitários.
Na semana seguinte fomos conhecer o Irga (Instituto Sul Riograndense de Arroz) em Viamão, onde conhecemos variedades de arroz irrigados por inundação e que produziam mais de 10.000 quilos por hectare além de serem resistentes ao “bruzonne” principal doença do arroz. Em todas as visitas técnicas o engenheiro agrônomo do Ministério da Agricultura nos acompanhava e nos levava em veículo oficial.
De Porto Alegre nos dirigimos de ônibus para o Posto Agropecuário de Carazinho, localizado na região de Passo Fundo, e fomos recebidos pelo chefe do PAP (Posto Agropecuário de Carazinho) e instalados num alojamento.
Na fazenda localizada a 5 km de Carazinho e perto de Não Me Toque, havia além dos alojamentos, o refeitório, a casa do engenheiro agrônomo, casas de funcionários, oficinas, depósitos de máquinas e equipamentos de uma fazenda modelo de 300 hectares. O Posto Agropecuário era todo conservado com terraços de base larga, onde se colhia e se plantava. O agrônomo chefe cultivava para a manutenção da fazenda leguminosas forrageiras, sementes do capim “pensacola Bahia Grass”, sementes de alfafa, soja e trigo.
No início da instalação da Fazenda do PAP, entre 1955 e 1960, os funcionários demarcavam os níveis e construíam os terraços de base larga nas fazendas de soja e trigo do Posto e nas fazendas de municípios vizinhos e entre eles Não me Toque, usando as máquinas do Posto Agropecuário.
Naquela época víamos à noite, através das janelas do alojamento, os faróis de colheitadeiras automotrizes colhendo soja, bem como os tratores arando as terras para plantar trigo. Naquele tempo ainda não havia o plantio direto que hoje é comum naqueles municípios.
Nas visitas às fazendas vizinhas ao PAP de Carazinho e nos municípios vizinhos pudemos constatar que o Posto Agropecuário foi exemplo e participou da criação da conservação do solo dessas fazendas através da demonstração de resultados.
Realmente o estágio de férias pioneiramente realizado pelos estudantes de agronomia do Brasil foi essencial para se pensar nos estágios de estudantes de agronomia(e veterinária) como necessários para a formação dos profissionais ligados à terra, bem como de todos os estudantes universitários
Notas
[1] Roberto Cano de Arruda, que ocupou o cargo de presidente do Calq por duas gestões, 1960/1961 e 1962/1963.
[2] Localizava-se na sua nova sede, na Rua Voluntários de Piracicaba
[3]Costa Lima “Em julho de 1962, durante o período parlamentarista do governo de João Goulart (1961-1964), foi nomeado ministro da Agricultura pelo primeiro-ministro Francisco de Paula Brochado da Rocha, o qual renunciou em 14 de setembro desse mesmo ano. Costa Lima, entretanto, permaneceu em seu cargo compondo o gabinete de Hermes Lima, escolhido primeiro-ministro quatro dias depois. Depois do plebiscito que restabeleceu o presidencialismo (6/1/1963), Goulart recompôs seu ministério no final de janeiro, quando Costa Lima deixou a pasta. Durante sua gestão, criou a Superintendência Nacional do Abastecimento (Sunab), a Companhia Brasileira de Armazenamento (Cibrazem) e a Companhia Brasileira de Alimentos (Cobal).” Fonte: http://www.cpdoc.fgv.br/nav_jgoulart/htm/biografias/Renato_da_Costa_Lima.asp
[4]Departamento de Produção Vegetal. http://www.saa.rs.gov.br/portal/html/saa_depto_02.htm acesso em julho de 2009.
[5] O equivalente a aproximadamente a dois salários mínimos da época.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

UMA JANELA PARA O PASSADO!!!

Quando lemos livros de história nunca sabemos o que vamos encontrar e ficamos surpresos com o que encontramos. Foi o que aconteceu quando lemos o livro “Uma fresta para o passado” escrito e publicado por Olívio N. Alleoni (com apoio da Unimed, edição 2003) referente a presença italiana e suas vivências em Piracicaba.
Ficamos surpresos em ver os nomes de inúmeras famílias, de conhecidos e também das nossas famílias na relação de imigrantes da Itália e algumas que nem sonhávamos ter vindo naquela época, ou seja, no final do século XVIII e XIX, e por encontrar nossas famílias ancestrais na relação, pois achávamos que eles tinham vindo bem depois do que fala o livro. Constatamos que as produções agrícolas que vararam os séculos em Piracicaba não são recentes. Por exemplo, no censo de 1836, existiam 78 engenhos de açúcar que produziam 115.609 “canadas” de 2,66 litros de açúcar, ou seja, 307514,94 litros de aguardente. Em 1854 as fazendas cadastradas produziram 115.609 arrobas de açúcar. Em 1854, havia 51 fazendas de cana de açúcar, com a produção de 131.000 arrobas ou 1.965.00 quilos de açúcar ou 39.3000 sacas de 50 quilos de açúcar.
Outra surpresa foi constatar que Piracicaba e região no século XIX, em 51 propriedades, no ano de 1858, já produziam 20.400 arrobas ou 612 sacos de 50 quilos de açúcar, 32.000 quilos de café, 19.500 quilos de fumo, 6.000 quilos de peixe, 8000 porcos gordos, 10.000 aves, e tinha 2.300 bestas ou cavalos, provavelmente para o trabalho na roça, mostrando que a terra roxa e massapés das de nossos solos teve longa durabilidade e eram férteis por suas própria natureza.
Já em 1890, Piracicaba produzia 115.000 arrobas ou 1.725.000 quilos e em 1900 produzia 32.7000 arrobas ou 4.905.000 quilos de açúcar provavelmente mascavo, já que não existiam ainda as usinas para cristalizar o açúcar.
Na descrição da produção de açúcar de cana de açúcar vemos que muita cana se produzia no bairro Pau Queimado, atrás do bairro onde fica o Carrefour, e naquele bairro Francisco Bessato produzia 500 arrobas ou 125 sacas de 60 kg. de café, em 1894, provavelmente era café em coco. Esta informação mostra que os solos do bairro Pau Queimado, que são constituídos de podzolizados ou massapés, foram cultivados por mais de cem anos, e embora não haja mais café, existe ainda cana de açúcar, em boas condições, plantados nos solos ao lado da estrada que demanda ao bairro do Pau Queimado.
Em 1884, também se fazia o policultura, plantando-se arroz, feijão, milho, batata (provavelmente inglesa), horta variada para alimentação e negócios. O beneficiamento do arroz e a farinha do milho era feito em troca de produto, por exemplo 10% do arroz beneficiado, e ou uma quantidade do milho transformado em fubá e canjica. Isto não nos surpreende, pois na década de cinqüenta do século XX, em Taquarituba e região ainda fazia-se a troca de produto beneficiado em troca de percentagem do produto, como constatou o colega Osvaldo Castelucci e nós quando chegamos no município na década de sessenta do século XXI.
No final da década de 1890, os Hometto(conforme grafia presente no livro) produziam 300 cargueiros de pinga, José Mandasqui produzia 200 cargueiros e Zeferino Bacchi produzia 55 cargueiros de aguardente, na região de Piracicaba.
Isso demonstra a participação dos imigrantes italianos no plantio de várias culturas agrícolas para a manutenção das suas famílias e desenvolvimento da cultura e indústria de cana de açúcar em Piracicaba e região.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Centenário do CALQ - 2009

No ano de 2009 celebra-se o centenário da fundação e criação do “CALQ” (Centro Acadêmico Luiz de Queiroz). Para comemorar o “Centenário do CALQ” em 2009 lembramo-nos de quando éramos crianças ainda nos idos de cinqüenta. Vínhamos de Rio das Pedras, víamos aquela casa enorme, com uma placa e segundo as nossas memórias: República “Sorocabana”ou “Soroca”, na esquina da rua D.Pedro I, e liamos no Jornal de Piracicaba notícias sobre elas e sobre a ação do centro acadêmico na comunidade. Perguntávamos aos nossos pais:o que seria esta república?
Nossos pais nos contaram e ficamos sabendo que elas eram as casas onde moravam os estudantes de agronomia. Eles tinham um Centro Acadêmico, localizado no centro da cidade, que cuidava dos estudantes de agronomia e de suas relações com a comunidade. Os conhecidos contavam também que as repúblicas eram casas de estudantes de agronomia da Escola Superior de Agricultura Luis de Queiróz, na época a única escola de ensino superior que na cidade. Eles nos contaram que o Centro Acadêmico, que agregava os estudantes de agronomia que moravam nessas repúblicas, ficava na rua Prudente de Morais, em cima do Diário de Piracicaba.
Mesmo tendo uma única instituição de ensino superior Piracicaba não tinha um número suficiente de pensões e hotéis para acomodar esses estudantes além do que, os hotéis eram onerosos e exigentes para com os estudantes tanto em relação ao barulho quanto ao horário de entrada dos pensionistas nas pensões.
Os estudantes da agronomia então criaram um meio de se estabelecerem na cidade gastando menos, vivendo com conforto e liberdade relativos: criaram as repúblicas, casas para abrigar os estudantes e que seriam as suas casas numa cidade estranha, mas acolhedora.
A república não era hotel ou pensão e sua criação se baseou na idéia de “repúblicas” ou pensões existentes nas universidades inglesas de Oxford e Cambridge. Essas “repúblicas” eram consideradas territórios neutros onde a polícia não entrava.
Em São Paulo, nessa mesma época, já existiam algumas pensões que passaram a ser chamadas de “repúblicas”, ou seja, casas dos estudantes da Faculdade de Direito “ XI de Agosto” e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Nas décadas de cinqüenta e sessenta em Piracicaba havia cerca de vinte e cinco a trinta repúblicas e elas tinham como agente regulador e protetor o Centro Acadêmico Luiz de Queiroz(CALQ), fundado em 1909, sete anos depois da fundação da ESALQ.
Como neste ano de 2009 comemora-se o aniversário de CEM ANOS DO CENTRO ACADÊMICO Luiz de Queiroz é bom lembrarmos do tempo da fundação da sede nova do CALQ, inaugurada em 1965. Relembremos alguns fatos.
A partir de 1958/9 os antigos diretores do CALQ batalhavam para arranjar um terreno e construir uma sede que fosse independente da ESALQ e de sua diretoria. Esse foi um fator essencial para agregar os “ agricolões” ou estudantes de agronomia. Surgiu então a oportunidade, no começo da década de sessenta, quando a diretoria do CALQ conseguiu com o advogado bel. Jacob Diehl Neto a decretação de usucapião do terreno onde anteriormente tinha sido uma república de estudantes de agronomia - Pau Preto - e seu dono não tinha deixado descendentes. Diehl Neto tinha escritório na Rua XV de Novembro, num sobrado em frente do Abrigo de ônibus municipal atrás da Catedral de Santo Antônio, embora ele morasse no Largo da Estação Paulista, na casa que é atual sede do “Ianspe”.
O bacharel Jacob Diehl Neto tinha grande apreço pelos estudantes da ESALQ, segundo seu neto Sérgio Diehl que seria engenheiro agrônomo pela ESALQ muitos anos depois, e também participou da vida acadêmica do Centro Acadêmico.
O usucapião do terreno possibilitou a construção da futura sede do Centro Acadêmico Luiz de Queiroz, no momento certo, pois o Centro estava para ser despejado de sua sede, que ficava no andar superior prédio onde funcionava o jornal “Diário de Piracicaba”, na rua Voluntários de Piracicaba, entre a Praça central e a rua Alferes José Caetano .
A partir da ação de usucapião, os acadêmicos liderados por Roberto Cano de Arruda e outros começaram a luta para conseguir os materiais e mão de obra para a construção da sede. Aí começou a luta de vários acadêmicos e de professores entre eles: o dr. Hugo de Almeida Leme, do dr. Paravicini Torres, do dr. Walter Ramos Jardim, do dr. Salim Simão e de outros professores que tinham sido lideres acadêmicos, e participado ativamente da vida esalqueana como sócios do CALQ, na ajuda para a arrecadação de fundos.
Para a construção da sede em 1963/64, portanto, os líderes das turmas do curso de Engenharia Agronômica desde 1960 tiveram participação efetiva na arrecadação de fundos oficiais de verbas da Universidade, de fazendeiros e usineiros da região e de firmas particulares principalmente as ligadas à agricultura de Piracicaba e do Estado de São Paulo. Entre as empresas piracicabanas que contribuíram e sempre estiveram presentes nessas iniciativas as firmas: Indústrias Dedini, Mausa, Codistil, e outras. E de outras cidades as Usinas do Grupo Ometto, a Usina Santa Helena, de Rio das Pedras, da Usina da Barra de Barra Bonita; as firmas de adubo Manah, IAP, Solorrico, e as de defensivos; Bayer, Sandoz, Ciba, e Geygi, e muitas outras que não contribuíram para que os estudantes tivessem um local para reuniões e atividades sociais.
A atuação do CALQ envolvia, desde reuniões periódicas em comissões de ensino, de extensão, da biblioteca até a organização e promoção de jogos de futebol e sinuca. Na sua sede também havia reuniões para se conseguir estágios, viagens de estudos e viagens de final de curso, para aperfeiçoamento dos estudantes da ESALQ e lutaram e conseguiram a construção da Casa do Estudante, ao lado da ESALQ, pelo governo estadual, e no orçamento da Universidade de São Paulo.
O CALQ foi pioneiro na tese e prática de estágios para estudantes. Conseguiu para os estudantes “agricolões” estágios no início da década de 1960 no Brasil inteiro nos órgãos e departamentos do Ministério da Agricultura. Quem conseguiu os primeiros estágios foi o esalqueno Roberto Cano de Arruda e a diretoria do CALQ. O esalqueano Renato Costa Lima, ministro da agricultura na época, apoiou a idéia do estágio e, portanto, sem ele as primeiras experiências de estágio (precursor da residência agronômica) não se concretizariam.
Os estágios foram realizados nos departamentos do Ministério da Agricultura do Rio Grande do Sul ao Amazonas, num programa de troca de experiência de Escolas de Agronomia, com passagens aéreas e estadias pagas pelo Ministério da Agricultura e com relatórios encaminhados e lidos pelo Ministro Renato Costa Lima.
Eu e mais quatro agricolões da ESALQ, três da ENA do Rio de Janeiro e dois da ESA do Ceará estagiamos e "trabalhamos” no Posto Agropecuário de Carazinho em 1961. Visitamos o projeto de Reforma Agrária do Instituto Rio-grandense de Reforma Agrária (na época do governo Brizola) no Banhado do Colégio e a Estação Experimental do IRGA (instituto Rio-grandense do Arroz) e vários escritórios da Divisão de Fomento Agrícola do governo federal e gaúcho, além de outras estações experimentais da Serra Gaúcha .
Eu participei desse programa de estágio em 1961, com mais quatro estudantes, e recebi um cartão resposta do dr. Renato C. Lima comentando sobre o desenvolvimento da agricultura paulista comparada com a dos gaúchos. Ele afirmou entao que a agricultura paulista era tão ou mais desenvolvida que a gaúcha ao contrário do que havia relatado.
O saudoso “agricolão” piracicabano Antonio Carlos Neves Martins fez o estágio na Delegacia Federal Agrícola de Belém(PA), junto com três outros esalqueanos, e nunca se esqueceu dos momentos passados na capital do Pará, enquanto viveu e trabalhou na Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral).
O Centro Acadêmico também conseguiu estágios nos Instituto Agronômico de Campinas, Instituto Biológico e no Instituto de Botânica de São Paulo, bem como em várias firmas particulares, como a Manah, Solorrico, Sandoz, Bayer etc., preparando e sendo um pioneiro na formação integral dos estudantes de agronomia.
Estes estágios criados e formalizados com o aval da ESALQ e gerenciados pelos diversos departamentos do Centro Acadêmico Luiz de Queiroz, aconteceram muito tempo antes dos estágios probatórios tornarem se obrigatórios para os estudantes de agronomia-veterinária, mostrando a importância que teve e pode ter um Centro Acadêmico. Tinha também seu Departamento de Bolsas de Estudos que mantinha parcialmente diversos alunos de baixa renda estudando.
Nessas ações do Centro Acadêmico Luiz de Queiroz avalia-se a liderança e a preocupação dos diretores do Centro com a formação acadêmica dos futuros engenheiros agrônomos, que seriam formados na ESALQ, e cuja sede servia para a tomada de decisões.
Revivendo 1964, em Março, época em que a política estudantil estava em “efervescência”, aconteceram reuniões informais sobre a situação do vice-presidente Jango Goulart e o novo governo que se prenunciava.
No CALQ, localizado em cima do antigo sobrado das oficinas e escritórios do “Diário de Piracicaba” na Rua Prudente de Morais, nas republicas, e também no bar do Narciso eram realizadas reuniões, tanto contra como a favor do governo do Jango Goulart. O Centro Acadêmico na época ficava em cima das oficinas deste diário de Piracicaba, muitas reuniões foram realizadas ali para debater a greve que aconteceria na USP, e em outras universidades, na época do início do Governo Goulart.
O Centro Acadêmico Luiz de Queiroz cumpriu e pode cumprir sua finalidade universitária, tendo sido essencial para a coletividade esalqueana e piracicabana, e será primordial para cumprir a sua função de aglutinação dos estudantes, na criação do associativismo, do cooperativismo, e da formação social e acadêmica dos estudantes de agronomia da ESALQ.
Foram presidentes do CALQ entre outros os esalquenos: Roberto Cano de Arruda, Sérgio Vergueiro, Vitor Argollo Ferrão Neto, Egon Janos Shamanski(?), João Herman Neto, Antônio Carlos Mendes Thame, Antônio Felix Domingues, Benedito Augusto de Moura que foi único acadêmico negro presidente do Calq, entre outros que pela suas atuações na vida de profissionais, particulares e políticas foram expoentes, e lideres.
Alguns deles foram Ministros da Agricultura e Secretários da Agricultura de diversos estados inclusive de São Paulo. Entre eles podemos citar os engenheiros agrônomos, ex-presidentes do Calq. Roberto Cano de Arruda, Vitor Argolo Ferrão e outros além de Roberto Rodrigues, que foi Ministro da Agricultura.