sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O estágio na Delegacia Agrícola de Registro(SP) nas férias de 1962


O estágio de férias na Delegacia Agrícola de Registro, após a publicação no D.O. do  Estado, para o litoral Sul de São Paulo, delegacia esta pertencente à Chefia de Extensão Rural do Litoral Sul, que abrangia Registro, Iguape, Eldorado Paulista, Pariquera Açu, Juquiá .
Essa delegacia agrícola tinha como principais produtos agrícolas:  a banana,  chá preto,  olerícolas e diversos projetos em implantação de produção de borracha a partir da “hevea brasiliensis”, com vários campos de produção de mudas da Divisão de Sementes e Mudas, e iniciava a criação de búfalos nos municípios que na época eram os menos desenvolvidos social e economicamente desta região de São Paulo.   
Inicialmente me apresentei à Supervisão Agrícola de Registro e fui recebido por Gaston Weill  (Supervisor de Extensão Rural), que depois foi um dos assessores do Coordenador da CATI (Coordenador de Assistência Técnica Integral) em Campinas na década de setenta,  e pelo delegado agrícola eng. agro. Massayushi Maéji. Eles me apresentaram aos  engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas, aos funcionários e também nos fez uma apresentação da produção agropecuária da região e planejamos o estágio. Estagiei em  cinco Casas da Lavoura da região e na de Registro, onde foi realizada a 1ª. Exposição de Chá do Vale do Ribeira.           
        Nas semanas seguintes visitei com o delegado agrícola Maéji vários produtores de Chá Preto, cultura que eu desconhecia. Fomos então visitar o primeiro plantio dessa especiaria, cujas primeiras mudas foram trazidas da Ásia (Japão?) pelo agricultor-imigrante com quem conversamos,  embora ele mal falasse o português .
 A cada duas semanas do estágio, determinado pelo Chefe de Extensão, fiquei em uma Casa da Lavoura para conhecer a agricultura e as criações (búfalos) da Chefia do litoral sul, estagiando em Iguape, Eldorado Paulista, Juquiá, Pariqüera Açu,Juquiá e finalmente Registro onde participei como ouvinte das reuniões com o Chefe de Extensão e o delegado Agrícola do planejamento  da Primeira Exposição Agrícola do Vale do Ribeira e do Chá.  
Na I Exposição Agrícola de Registro colaborei com  os expositores de produtos agrícolas, inclusive da Geygi que estava iniciando a venda de herbicidas para a cultura do Chá e banana atuando como demonstrador-apresentador dos herbicidas do grupo das atrazinas (gesapax,  gesaprim, gesatop)  para estas culturas. Nesta Exposição  foram expostos os primeiros frutos da atividade de extensão da delegacia: trabalhos manuais  de cestas, centros de mesa, tatame, a base de vime/junco.
Após a Exposição, dias depois, fomos ao município de Iguape visitar com o eng. agro. Olavo da Casa da Lavoura de  Iguape. Os atendimentos aos produtores de arroz irrigados eram realizados pelo rio Ribeira de bote. As várias culturas de arroz irrigado-inundado  plantados por nisseis com a variedade de grãos longos.   A variedade Iguape da Secretaria de Agricultura foi ali selecionada. Além disso, fomos ver também o plantio de banana  em várzeas e a produção inicial de hortícolas que começavam a ser vendidas em São Paulo pela Cooperativa Agrícola de Cotia. Esta cooperativa começava na época a exportar banana e planejar uma indústria de banana e seus derivados, como banana em pó, desidratada e defumada.
Depois fomos a Pariquera Açu visitar a Estação Experimental do Instituto Agronômico de Campinas onde constatamos que era possível plantar seringueiras, cacau, pimenta do reino, junco, no litoral sul devido ao clima tropical com influência marítima. 
 Ao término deste estágio voltamos, com o engenheiro agrônomo Issao do Posto de Sementes e Mudas da capital,  visitando e vistoriando os Campos de Cooperação de Produção de mudas de seringueiras onde verificamos os novos porta enxertos resistentes ao mal das folhas (dotidela ullei) e os cultivares utilizados pelos cooperados da Secretaria da Agricultura, que no início da década de sessenta iniciava o plantio de seringueira na região sul paulista e no litoral norte para garantir a produção de borracha em São Paulo destinada à indústria de carros na capital .

Nenhum comentário:

Postar um comentário