O estágio
de férias na Delegacia Agrícola de Registro, após a publicação no D.O. do Estado, para o litoral Sul de São Paulo,
delegacia esta pertencente à Chefia de Extensão Rural do Litoral Sul, que
abrangia Registro, Iguape, Eldorado Paulista, Pariquera Açu, Juquiá .
Essa
delegacia agrícola tinha como principais produtos agrícolas: a banana,
chá preto, olerícolas e diversos
projetos em implantação de produção de borracha a partir da “hevea
brasiliensis”, com vários campos de produção de mudas da Divisão de Sementes e
Mudas, e iniciava a criação de búfalos nos municípios que na época eram os menos
desenvolvidos social e economicamente desta região de São Paulo.
Inicialmente
me apresentei à Supervisão Agrícola de Registro e fui recebido por Gaston Weill (Supervisor de
Extensão Rural), que depois foi um dos assessores do Coordenador da CATI (Coordenador de Assistência Técnica Integral) em Campinas na
década de setenta, e pelo delegado
agrícola eng. agro. Massayushi Maéji. Eles me apresentaram aos engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas,
aos funcionários e também nos fez uma apresentação da produção agropecuária da
região e planejamos o estágio. Estagiei em cinco Casas da Lavoura da região e na de
Registro, onde foi realizada a 1ª. Exposição de Chá do Vale do Ribeira.
Nas semanas seguintes visitei com o
delegado agrícola Maéji vários produtores de Chá Preto, cultura que eu desconhecia.
Fomos então visitar o primeiro plantio dessa especiaria, cujas primeiras mudas
foram trazidas da Ásia (Japão?) pelo agricultor-imigrante com quem conversamos, embora ele mal falasse o português .
A cada duas semanas do estágio, determinado
pelo Chefe de Extensão, fiquei em uma Casa da Lavoura para conhecer a
agricultura e as criações (búfalos) da Chefia do litoral sul, estagiando em
Iguape, Eldorado Paulista, Juquiá, Pariqüera Açu,Juquiá e finalmente Registro
onde participei como ouvinte das reuniões com o Chefe de Extensão e o delegado
Agrícola do planejamento da Primeira
Exposição Agrícola do Vale do Ribeira e do Chá.
Na I
Exposição Agrícola de Registro colaborei com
os expositores de produtos agrícolas, inclusive da Geygi que estava
iniciando a venda de herbicidas para a cultura do Chá e banana atuando como
demonstrador-apresentador dos herbicidas do grupo das atrazinas (gesapax, gesaprim, gesatop) para estas culturas. Nesta Exposição foram expostos os primeiros frutos da
atividade de extensão da delegacia: trabalhos manuais de cestas, centros de mesa, tatame, a base de
vime/junco.
Após a
Exposição, dias depois, fomos ao município de Iguape visitar com o eng. agro. Olavo
da Casa da Lavoura de Iguape. Os
atendimentos aos produtores de arroz irrigados eram realizados pelo rio Ribeira
de bote. As várias culturas de arroz irrigado-inundado plantados por nisseis com a variedade de
grãos longos. A variedade Iguape da Secretaria de Agricultura
foi ali selecionada. Além disso, fomos ver também o plantio de banana em várzeas e a produção inicial de hortícolas
que começavam a ser vendidas em São Paulo pela Cooperativa Agrícola de Cotia.
Esta cooperativa começava na época a exportar banana e planejar uma indústria
de banana e seus derivados, como banana em pó, desidratada e defumada.
Depois
fomos a Pariquera Açu visitar a Estação Experimental do Instituto Agronômico de
Campinas onde constatamos que era possível plantar seringueiras, cacau, pimenta
do reino, junco, no litoral sul devido ao clima tropical com influência
marítima.
Ao término deste estágio voltamos, com o engenheiro
agrônomo Issao do Posto de Sementes e Mudas da capital, visitando e vistoriando os Campos de
Cooperação de Produção de mudas de seringueiras onde verificamos os novos porta
enxertos resistentes ao mal das folhas (dotidela ullei) e os cultivares
utilizados pelos cooperados da Secretaria da Agricultura, que no início da
década de sessenta iniciava o plantio de seringueira na região sul paulista e
no litoral norte para garantir a produção de borracha em São Paulo destinada à
indústria de carros na capital .
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